domingo, 18 de outubro de 2009

Julia Alves do Nascimento

No dia 13 de outubro de 1914, nasceu Julia Alves do Nascimento, filha de Ana Josefa de Sousa e de Gerônimo Alves do Nascimento, na localidade Saco dos Martins, município de Pimenteiras-PI.
Contou que seu pai era "estrangeiro", de descendência árabe, tendo chegado no Brasil, no início do século XX, e no noivado dele com Ana Josefa, como não falava português e o seu nome era de difícil pronuncia, recebeu nome e sobrenome novo, passando a chamar-se Gerônimo Alves do Nascimento.

Aos 14 anos de idade (1928), fugiu da casa de seus pais, para casar-se com Antônio Agostinho, 7 anos mais velho do que ela, entretanto, somente 3 anos depois, sua mãe autorizou o casamento. Dessa união, nasceram 6 filhos: Francisco (casado com Eurídice Pereira), José e Floriza (ambos já falecidos), João  (casado com Conceição Cutrin), Manoel (casado com Valdália Cronemberg) e Antônia, mais conhecida como Deusita, (casada com Pedro Barbosa), popularmente conhecido como Pedrosa. Viveu grande parte da sua vida no município de Floriano, onde desfruta de grande prestígio na sociedade florianense. Podemos afirmar que Júlia, praticamente lutou sozinha, e com muita determinação para possibilitar uma boa educação e formação para os filhos, pois o marido tinha um espírito aventureiro, e volta e meia, saia em longas viagens deixando-a sozinha com a responsabilidade de cuidar dos filhos. Dois deles, João e Manoel Nascimento se formaram em medicina, apesar de todas as limitações financeiras da família. Nessa caminhada teve que superar vários desafios, como costurar profissionalmente, bem como, cultivar e comercializar verduras.

Em 1972, o seu marido veio a falecer vítima de doença oncológica, porém Júlia superou a dor, e prosseguiu na luta por uma vida digna ao lado dos filhos.

Ainda na década de 70, passou a residir em Teresina, acompanhando parte dos filhos que vieram trabalhar na capital,  porém, diz sentir uma grande saudade do município de Floriano, e dos amigos e parentes que lá ficaram. Uma das grandes experiências que diz ter vivenciado no percurso da sua vida, foi ver no início da década de 20, o bando de Lampião (identificado por ela como "os revoltosos"), invadir a casa dos seus pais, oportunidade em que os meliantes levaram uma botija de cerâmica com muitas moedas, que ela havia encontrado, quando da enchente ocorrida no rio Sambito, na localidade em que residia com a família.

Recentemente (2009) comemorou 95 anos de idade, ao lado dos seus familiares, e ainda goza de bastante saúde e lucidez. Um dos seus hobbes preferidos, além de uma boa prosa com os familiares, é curtir a pequena Maria Júlia, a sua primeira tri-neta.

Além dos 4 filhos vivos, possui 16 netos, 26 bisnetos e 2 tri-netos.